12 June 2025
Impressão artística do exoplaneta K2-18b (à direita) orbitando a estrela anã vermelha K2-18. Crédito: ESA/Hubble, CC BY 4.0 <https://creativecommons.org/licenses/by/4.0>, via Wikimedia Commons.
Cientistas detetaram possíveis sinais de gás associado à vida em K2-18b, a 124 anos-luz da Terra. Seria este um marco na procura de vida extraterrestre? Descubra o que já se sabe.
O universo pode estar nos enviando indícios reveladores. Em uma descoberta promissora, cientistas anunciaram a possível detecção de um gás relacionado à vida no exoplaneta K2-18b, localizado a 124 anos-luz da Terra. A análise foi realizada a partir de dados coletados pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST), o mais avançado instrumento astronômico já lançado.
A pesquisa é liderada pelo professor Nikku Madhusudhan, da Universidade de Cambridge, cuja equipe está por trás desse achado potencialmente histórico.
Os investigadores identificaram sinais de dimetil sulfeto (DMS) ou dimetil dissulfeto (DMDS), compostos que, na Terra, são produzidos exclusivamente por organismos vivos — sobretudo fitoplâncton marinho e algumas bactérias.
A concentração estimada destas substâncias em K2-18b seria milhares de vezes superior à verificada no nosso planeta, o que suscita a hipótese instigante: será que este planeta poderá albergar formas de vida?
Apesar do entusiasmo que a descoberta gerou, os cientistas pedem prudência na interpretação dos dados. Atualmente, a margem de confiança é de três sigma, o que representa 99,7% de certeza — insuficiente para uma confirmação científica, que exige um nível de cinco sigma.
A equipe planeja realizar novas observações com o JWST, com o objetivo de reduzir a margem de erro e alcançar um grau de certeza mais robusto.
É importante considerar que a presença do DMS pode ter origens não biológicas. Alguns pesquisadores estão investigando, em laboratório, se esse gás poderia ser gerado por processos geológicos ou químicos ainda desconhecidos.
Outra hipótese avalia se o planeta teria um oceano de rocha derretida, e não água líquida — o que inviabilizaria formas de vida como conhecemos. Além disso, acredita-se que K2-18b possa ser um mini gigante gasoso, sem uma superfície sólida. A ausência de amônia, por outro lado, sugere a possível presença de água, o que mantém o debate em aberto.
A descoberta tem gerado discussões intensas entre especialistas. Pesquisadores como Catherine Heymans e Oliver Shorttle destacam as incertezas quanto à composição da atmosfera do planeta e à real origem do sinal detectado.
Já o Dr. Nicolas Wogan, da NASA, sugere que K2-18b seja um gigante gasoso, o que vai de encontro a análises anteriores feitas com o mesmo telescópio.
Novas observações com o Telescópio James Webb já estão programadas. Caso os sinais sejam confirmados, a descoberta poderá marcar um dos maiores avanços da ciência moderna, com potencial para transformar nossa compreensão sobre a vida no universo.
Para o professor Madhusudhan, este pode ser um passo decisivo rumo à resposta de uma das perguntas mais antigas da humanidade: estamos sós no cosmos?
—
Quer acompanhar os desenvolvimentos desta descoberta? Consulte o artigo original da BBC.
© 2013 EvoBooks Editora e Produtora Digital S.A. Todos os direitos reservados.